Todos nós agimos motivados por dois impulsos: segurança e controle. Seja no meio pessoal ou profissional, independente da situação, a toda hora tomamos decisões baseadas na nossa necessidade existencial de nos mantermos seguros e no controle da nossa realidade. São os nossos instintos de sobrevivência agindo no nosso inconsciente, influenciando todas as nossas decisões. 

Por isso é normal nos sentirmos ameaçados, mesmo que inconscientemente, quando tratamos de assuntos relacionados a mudança. Em sua essência, a mudança nos trás uma percepção de risco e perda de controle sobre questões que vão exigir algum tipo de resposta no futuro, sobre algo que ainda não temos conhecimento e experiência.

“ Sentir é uma forma de pensar “.  Dois professoras da Universidade de Chicago, o economista Amos Tiversky e o psicólogo Daniel Kahnemann, lançaram juntos uma nova área de conhecimento. A economia comportamental (Kahneman ganhou um prêmio Nobel por isso), mostrando que o homem é um animal bastante irracional.

Os estudos de Tiversky e Kahneman provaram que os seres humanos sofrem de Viés Cognitivo, ou seja, processos cerebrais inconscientes – irracionais – que destorcem o modo como vemos o mundo. O mais famoso dos vieses cognitivos é a Aversão à Perda, que apresenta como as pessoas são mais propensas a agir para revisar uma perda do que para alcançar um ganho igual. 

Kahneman codificou as suas pesquisas no livro “Rápido e devagar – Duas formas de pensar”, um best-seller lançado em 2011 que nos mostra como agimos sob dois sistemas de pensamento, o primeiro mais rápido, o instintivo e emocional, o nosso lado animal não racional, e o segundo sistema mais lento, lógico e racional. 

A nossa armadilha pessoal:

Então corremos um perigo em nós mesmos. Estamos imbuídos naturalmente em uma armadilha mental que tenta nos proteger, nos mantendo no controle e trazendo segurança, mesmo que isso nos coloque em risco.  Por esta natureza, temos a tendência de postergar as decisões que exigem mudança e a nossa própria transformação. O novo nos causa apreensão e stress. Quanto mais velha é a nossa forma de pensar, maior será a nossa tendência a preservar o que temos domínio e nos distanciar do novo desconhecido. 

Mas qual é a saída se tudo está mudando e a vida nos coloca algo novo, e de novo todos os dias? e de novo? e de novo?  Tudo está evoluindo muito rapidamente.  

No mundo empresarial o que mais se discute são as mudanças disruptivas que estão acontecendo rapidamente e que exigem, automaticamente mudanças de comportamento. São mudanças importantes no contexto global que estão ocorrendo em ciclos cada vez mais rápidos.  

As tecnologias que hoje, por um lado nos trazem conforto e produtividade, por outro lado também nos cobram o seu preço, com necessidade da nossa rápida adaptação e mudança de mentalidade. 

Para falar de mudança… O que está impulsionando tanta mudança? Porque a forma de fazer negócios está mudando tão rapidamente? Porque ao adotarmos uma nova tecnologia, outra surge exigindo um novo esforço e novo investimento?

Porque estamos cada vez mais envolvidos com tantas novidades? O que está acontecendo na verdade?

O processo silencioso da digitalização:

Trata-se do processo silencioso da digitalização de tudo com impacto no desenvolvimento humano, em todas as áreas da nossa vida.

Falo aqui da Quarta Revolução Industrial que  está acontecendo naturalmente sem que nos demos conta.

É uma revolução mais abrangente que é provocada por uma série de mudanças a partir de um ponto de inflexão que faz com que a humanidade viva de uma forma totalmente diferente. E já estamos vivendo este ponto de inflexão.

Trata-se da fusão de diversas descobertas com avanços significativos e simultâneos como as novas tecnologias de computação, blockchain, internet das coisas, inteligência artificial, robótica, materiais modernos, impressão 3D, biotecnológicas, neurotecnolgia, realidade virtual e aumentada, tecnologias espaciais, geoengenharia e tecnologias renováveis. A fusão de todas essas tecnologias com um novo modelo mental humano perfazem a nova revolução industrial.

A primeira ruptura na terceira revolução industrial ocorreu a duas décadas e hoje se reflete no nosso dia a dia.  São os avanços da internet, novas formas de distribuir softwares, processamento em nuvem. Tecnologias novas que viraram realidade em um ciclo curto se comparado a transformações do passado, porém longo se comparado aos novos ciclos de mudanças. Se hoje conseguimos nos integrar pelo meio digital, é graças ao avanço de lançamentos de 20 anos atrás. Executamos tarefas do trabalho remotamente, comandamos máquinas com poucos cliques, fechando negócios através de uma reunião on-line, consumimos conteúdo de uma nova forma e tão natural mas que há dez anos ainda era questionável.

No entanto, estes avanços ainda não traduzem a verdadeira revolução que está acontecendo, perigosamente para os desatentos, agindo silenciosamente. Os avanços que percebemos até aqui são ensaios para um ponto de inflexão mais radical. Até aqui nos acostumamos com uma série de pequenos avanços tecnológicos, dentro de um ciclo linear e continuo. Melhorias que nos trouxeram conforto, acesso à informação e alguma produtividade em nossos negócios. Podemos considerar que foram avanços importantes, mas que no final melhoraram um padrão já existente, inerente à terceira revolução industrial.

Alguns dos benefícios da evolução tecnológica são claros. Usando como exemplo no âmbito da educação, temos à nossa disposição, no conforto da nossa casa, milhares de livros acessíveis, uma boa parte gratuitos, cursos on-line, acesso a qualquer universidade do planeta, canais de notícias de todo mundo. Estes avanços, são bons exemplos de ferramentas digitais. São boas aplicações da tecnologia para ofertar assinaturas de serviços, portais de conteúdo. São serviços do cotidianos disponibilizadas na forma digital.  

Uma nova oportunidade para a humanidade

A quarta revolução industrial é diferente.

Não é uma transformação tão somente gerada por novas tecnologias. É um novo capítulo do desenvolvimento humano. Trata-se de uma nova oportunidade para que a humanidade desfrute de mais edução, mais renda, melhor saúde, mais liberdade, mais segurança. 

Nesta revolução precisamos mudar a nossa mentalidade. Ao invés de pensarmos na tecnologia, precisamos repensar os sistemas de negócio  que vão utilizar a tecnologia para proporcionarem melhores condições de trabalho, economia, bem estar e renda para os participantes. Quem pensar só em tecnologia, ou vai ter medo de aplicar o avanço ou vai aplicar superficialmente e ter resultado pior do que antes.

Como Madeleine Albright diz, enfrentamos a tarefa de compreender e governar as tecnologias do século XXI com a mentalidade do século XX e suportando as instituições do século XIX. 

Nesta transformação disruptiva, corremos o risco de continuarmos tomando decisões baseadas no curto prazo, utilizando a nossa velha forma de pensar, que a todo momento se sente ameaçada. Por instinto,  demoramos um tempo, demasiado perigoso, para tomar decisões que garantem a perpetuidade dos negócios. 

A saída é olhar a transformação de um plano superior, onde todas as evoluções convergem para uma nova forma de interagir no trabalho, onde todos ganham. Funcionários, parceiros, clientes, investidores se beneficiam com processos novos, com tecnologias que convergem, mas exigem um novo aprendizado.

Cientes dos desafios da tomada de decisão e conscientes sobre toda a transformação que está ocorrendo agora no mundo, criamos uma nova forma de fazer negócios no mercado da construção reforma e decoração. Uma forma racional, abrangente e lógica que entrega segurança e controle para todos os envolvidos. Uma solução completa que traz processamento em nuvem, automação, realidade virtual, inteligência artificial, novos processos e capacitação para todos.